A situação dos municípios em que a mineração é a principal atividade produtiva/econômica tem se agravado cada vez mais, consequentemente, os dramas e as violências sobre as comunidades próximas dos complexos de produção e das barragens, bem como à população de modo geral, têm ganhado novos e ampliados contornos destrutivos no tempo presente.
São exemplos desse acirramento nos municípios de abrangência da ADUFOP e adjacências: a não paralisação das atividades da mineração em meio a pandemia da COVID-19, situação que expõe diretamente os trabalhadores e trabalhadoras, bem como suas famílias e a comunidade à uma doença ainda sem cura, ao risco de morte. Também, a iminência de outros rompimentos criminosos de barragens, situação que é uma atual ameaça direta à população do Distrito de Antônio Pereira - Ouro Preto, ou a remoção forçada das famílias em decorrência desta situação. Além destas situações, em Mariana, o contexto pós rompimento/crime da barragem de Fundão, ocorrido no dia 05 de novembro de 2015, ainda é marca viva e dolorosa aos atingidos e atingidas. Dor e violência renovada inclusive pela atuação questionável de instituições criadas para atuar no processo de reparação e reassentamento, como é o caso da Fundação Renova.
Nesse sentido, A ADUFOP constituiu juntamente com outras entidades, organizações e movimentos sociais que têm atuação direta nas lutas em contexto da mineração, uma Frente cujo objetivo é pautar a temática, fomentar o debate e a reflexão crítica, e potencializar as lutas e enfrentamentos a partir da perspectiva da classe trabalhadora, dos atingidos e atingidas.
A constituição deste espaço entre diferentes sujeitos coletivos com atuação na região é resultado de um acúmulo realizado pela ADUFOP com ênfase a partir de 2018 e que foi se consolidando com a realização, em 06 de novembro de 2019, do evento: A Mineração que queremos - I Encontro Regional Por Um Novo Modelo de Mineração - I Jornada Universitária de Debates na Mineração , dentre outras ações, tais quais notas unificadas: Paralisar a mineração por nossas vidas!, 1º de maio em Ouro Preto e Mariana: Dia de Luta do Trabalhador e da Trabalhadora!, Neste período de pandemia, a mineração tem que parar! A vida é essencial, a mineração não! e textos/artigos publicados em parceria com outras seções sindicais do ANDES-SN.
A conformação dessa Frente é uma das formas que a entidade assume em seu cotidiano de atuação para reafirmar o seu posicionamento a favor dos interesses da classe trabalhadora e em defesa da Educação Pública e da Universidade socialmente referenciada e que efetivamente cumpra com a sua função social.
A ADUFOP assume como consideração fundamental e ponto de partida de sua existência e atuação a realidade, ou seja, um território historicamente conformado pela mineração e seus dilemas e contradições, e pelos processos violentos e destrutivos sobre a natureza e a vida humana. Assim, é necessário e urgente fazer frente a este contexto colocando o âmbito sindical da educação superior pública enquanto ferramenta para a potencialização das lutas e ampliação de reflexões críticas no âmbito da produção do conhecimento.
A ADUFOP convida a sua base a incorporar esta trincheira da luta social e sindical na região e no âmbito da educação superior pública. Quem tiver interesse deve encaminhar e-mail para comunicacao@adufop.org.br sinalizando o interesse.
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