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ANDES-SN repudia realização de exercícios militares na Escola de Engenharia da USP


A diretoria do ANDES-SN divulgou nessa segunda-feira (18) uma nota em que manifesta repúdio à cessão de parte do terreno da Escola de Engenharia de Lorena (EEL), vinculada à Universidade de São Paulo (USP), para a realização de exercícios militares conduzidos pelo Exército Brasileiro. As atividades, programadas no âmbito da “Operação Perseu”, tiveram início no mesmo dia e estão previstas para ocorrer até 5 de dezembro.


Para o ANDES-SN, é inaceitável que espaços acadêmicos, voltados ao ensino, à pesquisa e à extensão, sejam utilizados para atividades militares sem consulta e aprovação das comunidades universitárias diretamente impactadas. “O uso da EEL como campo de provas militares, incluindo exercícios, pernoite de veículos e a instalação de postos de comando, representa mais um passo no preocupante avanço do projeto de militarização dos espaços educacionais no Brasil”, afirma a nota.


A comunicação sobre o treinamento foi enviada à comunidade acadêmica apenas no dia 12 de novembro, por e-mail, pela Prefeitura do Campus de Lorena. Na mensagem, foi informado que a Região do Vale do Paraíba estava inserida na “Operação Perseu”, conduzida pelo Comando Militar do Sudeste, com atividades previstas entre 18 de novembro e 5 de dezembro de 2024.


Questionado pela Associação de Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp – Seção Sindical do ANDES-SN), o prefeito do campus, Amilton Martins, afirmou que tanto a diretoria da unidade quanto a Reitoria foram consultadas previamente e teriam concordado com a decisão de ceder o uso do campus da EEL para o treinamento. Conforme Martins, existe uma parceria com o Batalhão de Engenharia e, por isso, não havia razão que desabonasse o pedido. Esta é a segunda vez que operações militares ocorrem na unidade. A primeira foi em setembro do ano passado.


O ANDES-SN ressalta que essa iniciativa reflete o avanço da militarização nos espaços educacionais, intensificado pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), com a expansão das escolas cívico-militares na rede pública estadual de São Paulo. Segundo o Sindicato Nacional, essas ações ferem os princípios fundamentais da educação pública, como liberdade de pensamento, pluralidade e respeito à diversidade.


Além disso, o ANDES-SN alerta para outras ações de militarização em diferentes unidades da USP. “Reforçamos a gravidade de iniciativas como essa, especialmente no contexto em que outras unidades da USP também vêm cedendo espaço para forças de segurança, como o treinamento autorizado à Polícia Militar no Campus Capital – campus USP Leste, na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH). Essas ações caminham em direção contrária ao papel das universidades como espaços de crítica, resistência e emancipação”, diz outro trecho da nota.


O Sindicato Nacional reiterou solidariedade à comunidade universitária da EEL e refirmou seu compromisso com a luta contra a militarização dos espaços educacionais públicos em todo o país.  Confira a nota na íntegra por meio da Circular 528/2024


Fonte: ANDES-SN Com informações da Adusp SSind. Foto: Marcos Santos/USP Imagens.

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