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Brasil tem recorde de desigualdade, pior renda média e população está mais infeliz, diz FGV Social

Pela primeira vez desde 2012 a renda média per capita da população ficou abaixo de R$ 1.000

A pandemia da Covid-19 aumentou a desigualdade social para um nível recorde, diminuiu a renda dos trabalhadores e trabalhadoras e deixou a população brasileira mais infelizes. É o que aponta uma pesquisa publicada, neste mês, pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social).


Uma das formas de se medir a desigualdade em um país ou localidade é pelo Índice de Gini, que varia de 0 a 1 e aponta a diferença entre os rendimentos da população mais pobre e da mais rica. Nesse sentido, quanto maior é o valor numérico do coeficiente de Gini, maior é a desigualdade e piora nas condições socioeconômicas.


O Índice de Gini no primeiro trimestre de 2021 chegou a 0,674, enquanto no mesmo período de 2020 foi de 0,642. O aumento de três centésimos é considerado, segundo o estudo, um “grande salto” na desigualdade entre pobres e ricos. Em 2015, o índice era 0,610.


As e os trabalhadores mais pobres, incluindo as e os informais e as e os sem trabalho, perderam mais renda entre o primeiro trimestre de 2020 e o primeiro trimestre de 2021. Enquanto a renda média geral caiu 10,89% no período de um ano, a parcela mais pobre da população teve uma perda quase duas vezes maior (20,81%). No trimestre de 2020, a renda média per capita foi de R$ 1122 e em menos de um ano caiu 11,3% e alcançou R$ 995. Essa é a primeira vez, desde 2012, que a renda média per capita fica abaixo de R$ 1.000.


Felicidade No aspecto comportamental, uma medida geral de felicidade, a nota de satisfação da vida da brasileira e do brasileiro – numa escala de 0 a 10 - caiu de 6,5 em 2019 para 6,1 em 2020. A nota foi obtida a partir do levantamento da empresa Gallup World Poll, que faz pesquisa de opinião. No Brasil, as entrevistas foram feitas entre 27 de agosto e 25 de outubro de 2019 e, depois, entre 10 de setembro e 11 de novembro de 2020.


Nos 40 países pesquisados, a nota não alterou significativamente durante a pandemia e ficou em torno de 6,0. O estudo evidencia que a queda da felicidade foi puxada pela parte da população 40% mais pobre ou com renda intermediária. Já os grupos mais abastados mantiveram a satisfação com a vida.


Na comparação do Brasil com a média de outros países, o estudo mostra uma perda relativa de felicidade brasileira como em todos cinco outros indicadores subjetivos de emoções cotidianas estudados: raiva, preocupação, estresse, tristeza e divertimento. Por exemplo, a sensação de raiva da população subiu de 19% em 2019 para 24% em 2020, um aumento de 5 pontos percentuais. No mundo, esse avanço foi de 0,8% pontos percentuais, de 19,2% para 20%. As brasileiras e os brasileiros também estão mais preocupados (62% ante 56%), estressados (47% ante 43%), tristes (31% ante 26%). Em todas as análises, a piora de bem-estar foi superior à dos demais países. Por fim, a pesquisa afirma que a pandemia da Covid-19 piorou as desigualdades dentro do Brasil e fez com que o país tivesse uma perda maior de renda e emprego do que para o conjunto das 40 nações pesquisadas.


Fonte: ANDES-SN

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