A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), anunciou o corte de 5.613 bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado que estavam previstas para os quatro meses restantes do ano. Foram preservadas as bolsas para a formação dos professores da educação básica. O bloqueio foi anunciado nesta segunda-feira (02), pelo presidente da instituição, Anderson Ribeiro Correa, e é reflexo da redução do orçamento no setor da educação.
É o terceiro anúncio de retirada de bolsas em 2019. Nos oito primeiros meses, o governo Bolsonaro extinguiu 11.811 bolsas de pesquisa financiadas pela Capes, o equivalente a 12% das 92.253 bolsas de mestrado e doutorado financiadas no início do ano.
O governo afirma que não haverá interrupção de pagamento para bolsistas com pesquisas em andamento e que a medida atinge apenas bolsas de pesquisadores que já finalizaram seus estudos, e que não serão repassadas para outros alunos. A decisão prejudica estudos que dependem de continuidade, nos quais um pesquisador conclui seu período de bolsa e repassa o trabalho para outro.
Neste ano, foram reservados para a Capes R$ 4,250 bilhões, dos quais R$ 819 milhões foram contingenciados, equivalentes a 19% do valor que fora autorizado. Para 2020, no primeiro orçamento desenhado pela atual gestão, os do órgão cairão 51%, passando para R$ 2,20 bilhões.