Professores e professoras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) realizaram um ato na tarde de quarta-feira (25), junto às e aos demais servidores públicos estaduais, em frente ao Palácio Guanabara, sede oficial do governo do estado, em Laranjeiras (RJ). A participação da categoria no ato unificado foi aprovada em assembleia, na terça-feira (24). Docentes deliberaram por uma paralisação de 24 horas, para garantir presença na manifestação.
As servidoras e os servidores caminharam da concentração no Largo do Machado até a porta da sede do governo estadual, onde protestaram contra o descaso do governador Cláudio Castro (PL) em cumprir o acordo pela recomposição salarial. O Executivo continua sem quitar a segunda e a terceira parcelas, referentes às perdas salariais acumuladas entre 2017 e 2021, que foram divididas em três anos.
Além disso, a Associação dos Docentes da Uerj (Asduerj Seção Sindical do ANDES-SN) reivindicou a recomposição orçamentária da universidade, a ampliação da suplementação orçamentária da Uerj em 2024, a revogação do Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda) 38/2024, conhecido como Aeda da Fome, e a não criminalização de estudantes, servidoras e servidores em luta.
Violência
No dia 20 de setembro, o Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro entrou na Uerj para cumprir a reintegração de posse, com uso de força policial, solicitada pela Reitoria e acatada pela Justiça, encerrando a ocupação estudantil que ocorria na instituição desde o dia 26 de julho. Três estudantes e o deputado federal Glauber Braga (PSol/RJ) foram detidos e retirados do local por um ônibus do Batalhão dentro da Uerj, sendo liberados posteriormente.
A ordem foi expedida pela juíza Luciana Losada Albuquerque Lopes, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) que, por não ter sua primeira decisão acatada para a desocupação da Reitoria, emitiu nova ordem, por solicitação da Procuradoria Geral da Uerj, com uso de força policial, além de multar estudantes nominados na ação de reintegração.
A ocupação estudantil era um protesto contra a edição do Aeda 38/24, e outros atos administrativos posteriores, que promovem mudanças nas regras para concessão de bolsas e auxílios de assistência estudantil, prejudicando um número significativo de alunas e alunos da Uerj. Ao longo do movimento, a ocupação estudantil também se estendeu ao Pavilhão João Lyra Filho, principal prédio do campus Maracanã. Na época, as aulas na universidade foram suspensas.
Assembleia
Durante a assembleia docente realizada na terça (24), a categoria também aprovou uma moção de repúdio à entrada do Batalhão de Choque na universidade, durante a reintegração de posse do campus Maracanã no dia 20 de setembro, responsabilizando a Reitoria pelo incidente. Além disso, foi deliberado que seja encaminhada à Administração da Uerj uma exigência de abertura de processo administrativo, questionando a ação de busca e apreensão ilegal da Polícia Militar no Centro Acadêmico (CA) de Filosofia, que ocorreu no dia da reintegração de posse, uma vez que a invasão da PM no CA não constava na decisão judicial. A próxima assembleia docente terá o “estado de greve” como um dos pontos da pauta.
Confira vídeo em solidariedade ao movimento estudantil:
Fonte: ANDES-SN Com informações da Asduerj SSind.