As declarações da alta cúpula do governo federal evidenciam que a política de desmonte do serviço público segue acompanhada de uma estratégia perversa de desqualificação dos trabalhadores do setor. Meses após o ministro da Educação, Abraham Weintraub, ter afirmado existir plantações de maconha e laboratórios de produção de drogas nas universidades federais, referindo-se aos docentes que recebem o teto salarial como “zebras gordas”, na última sexta-feira (7), o ministro da Economia, Paulo Guedes, comparou os servidores públicos a “parasitas”.
Durante evento na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, Guedes afirmou "O hospedeiro [governo] está morrendo, o cara virou um parasita”. A afirmação repercutiu muito mal entre trabalhadores e entidades de classe e, após as críticas, o ministro disse ter sido mal compreendido.
Os constantes ataques seguem acompanhados de políticas efetivas do desmonte da prestação de serviços públicos – Educação, Saúde, Seguridade Social e Segurança. Uma delas toma forma através da Proposta de Emenda Constitucional – Pec 186/19, ou a chamada ‘PEC Emergencial’, que, se aprovada, autoriza o confisco de ¼ do salário do servidor.
Além da PEC Emergencial, o governo tem defendido com unhas e dentes a proposta de reforma administrativa, que, entre outros objetivos, põe fim à estabilidade dos trabalhadores, aprofunda distorções na carreira ao propor novas regras para remuneração e avaliação dos futuros servidores públicos.
Com informações ADUFF