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Os descaminhos do desfinanciamento e da terceirização: a suspensão dos RUs da UFOP em Ouro Preto e Mariana que mobilizou os estudantes 

  • ADUFOP
  • 8 de abr.
  • 2 min de leitura

O fechamento dos Restaurantes Universitários (RUs) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em pleno período finalístico do semestre 2024.2, pegou muitos estudantes de surpresa. Na última sexta-feira (04), discentes participaram de uma Assembleia Estudantil convocada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), em frente à Reitoria, para discutir os impactos da suspensão dos serviços e cobrar medidas da administração central da universidade.


O RU é essencial para garantir alimentação aos estudantes, principalmente para aqueles em situação de vulnerabilidade socioeconômica. O fechamento dos restaurantes acontece após o fim do contrato entre a UFOP e a empresa responsável pela operação dos RUs. A empresa recusou a proposta da universidade de estender o contrato até o final do semestre, o que agravou a situação dos estudantes.

Assembleia Estudantil realizada em 04 de abril
Assembleia Estudantil realizada em 04 de abril

Durante a Assembleia, uma das principais críticas dos estudantes foi em relação ao valor do auxílio emergencial anunciado pela universidade: R$250 por mês. Para os alunos, o valor não cobre os custos básicos de alimentação ao longo de 30 dias. 


Como resultado da mobilização, o movimento estudantil conquistou o aumento do auxílio emergencial em R$300 para bolsistas da PRACE, o acompanhamento discente no processo de licitação em curso para os RUs e uma indicação da administração central para que os docentes tivessem uma “atenção especial ao impacto causado na rotina dos estudantes pela indisponibilidade do RU nas duas últimas semanas de aula, a fim de evitar prejuízos para o desempenho nos estudos”. 



Essa situação demonstrou a necessidade de uma luta e enfrentamento nacional do movimento universitário contra o processo de terceirização dos serviços a que as Ifes ficam sujeitas, como é o caso da alimentação. Os cargos extintos e/ou mesmo falta de trabalhadores para a gestão destes serviços precisa, também, ser objeto de crítica e negociação da atual administração central para que seja revertida, ainda que em médio prazo.  


Aliado a isso, o desfinanciamento das Ifes também está se evidenciando no caso do fechamento temporário dos RUs. Denunciado na última greve docente, em 2024, a Lei Orçamentária Anual (LOA), aprovada tardiamente por pressão do centrão, já evidencia os limites de recursos que estamos passando nos últimos anos. 


A diretoria da ADUFOP já requereu à atual administração central os números do orçamento destinado à UFOP. Além disso, precisaremos pensar em estratégias locais e nacionais que busquem recursos públicos para o funcionamento da universidade como um todo, principalmente a assistência estudantil. Não podemos ficar reféns da negociação de emendas orçamentárias que evidenciam a pequena política de deputados do centrão e/ou criam uma guerra entre unidades de ensino e áreas que poderão ser mais privilegiadas, caso tenham uma boa “relação” com estes deputados. 


 
 
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