A cada ano, cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida e um número ainda maior de indivíduos tenta suicídio. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio ocorre durante todo o curso de vida e foi a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos em todo o mundo no ano de 2016.
O tema sempre foi tratado como tabu, em parte numa tentativa de individualização do problema. No entanto, vários estudos apontam que condições sociais, políticas, econômicas e diversas formas de discriminação influenciam muito o processo que leva à decisão de retirar a própria vida.
Segundo a OMS, 79% dos suicídios registrados em 2016 ocorreram em países de baixa e média renda. O Brasil é apontado como o 8º país em incidência de suicídios no mundo, com mais de 11 mil registros anuais.
Trata-se de um grave problema de saúde pública e precisa ser tratado como tal. Pode ser evitado em tempo oportuno, com base em evidências e com intervenções de baixo custo. Para uma efetiva prevenção, as respostas nacionais necessitam de uma ampla estratégia multi-setorial.
Para enfrentar publicamente as causas e consequências do suicídio, desde 2015, adotou-se, no Brasil, o mês de Setembro como período para se pautar intensamente o tema através da campanha Setembro Amarelo. A iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) tomou como referência o dia 10 de setembro, que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
A temática também ganhou visibilidade no ambiente universitário, com a ampliação de casos de suicídio de estudantes, técnicos e docentes. No entanto, ainda não há estudos detalhados, que mensurem nacionalmente o problema e aprofundem o debate na comunidade acadêmica.
Uma pesquisa divulgada pelo ANDES-SN e pela Adufpa-Seção Sindical, em 2014, por exemplo, evidenciou que condições de trabalho adversas, oriundas da imposição do produtivismo acadêmico, podem levar docentes ao adoecimento mental.
No 38º Congresso do ANDES-SN, realizado em 2018 em Belém (PA), os participantes aprovaram inserir na agenda de lutas do Sindicato Nacional uma campanha de sensibilização e de prevenção ao suicídio nas Instituições de Ensino Superior (IES) no mês de setembro.
Ações preventivas podem contribuir para evitar o suicídio e também ajudar a identificar e tratar sintomas de adoecimento mental. Confira algumas:
• Palestras e Workshops para promover a cultura de valorização da saúde mental;
• Atendimento psicológico e terapêutico individual;
• Criação de canais de comunicação entre a comunidade acadêmica;
• Construção de banco de dados com número dos casos de suicídio e tentativas entre estudantes e professores;
• Orientação para que os professores/técnico-administrativos sejam capazes de identificar estudantes ou trabalhadores que estão passando por sofrimento mental para saber como lidar com a situação e para onde encaminhá-los.
Fonte: ANDES-SN