Durante o mês de novembro até meados de dezembro, a ADUFOP divulgará semanalmente pequenos textos de pessoas negras com reflexões diversas referentes ao tema da Consciência Negra nas suas redes sociais. Caso você queira participar, envie sua mensagem através do Instagram da ADUFOP ou do e-mail comunicacao@adufop.org.br
O menino preto que queria ser
Havia um menino preto
Que não queria ser jogador
Queria ser o árbitro, o técnico ou o diretor
Havia um menino preto
Que não queria ser o ascensorista
Mas sim o dono do prédio
E sua foto, capa de revista
Havia um menino preto
Que não sonhava em ser cantor
Podia até compor, cantar ou tocar algumas músicas
Mas da gravadora era o senhor
Havia um menino preto
Que não queria ser porteiro
Queria ser médico, professor ou engenheiro
Havia um menino preto
Que não era namorador
Era sensível, carente e meigo
Só precisava de um afeto arrebatador
Havia um menino preto
Que queria ser poeta
Por mais que insistissem que pelas características físicas
deveria ser atleta
Havia um menino preto
Que queria ser
E ele foi
Profa. Dra. Roberta E. S. Froes
Graduação, mestrado e doutorado em química pela Universidade Federal de Minas Gerais, Pós-doutorado em Engenharia Metalúrgica e de materiais pela UFMG, professora associada e pesquisadora da Universidade Federal de Ouro Preto. Mãe de dois meninos pretos. Siga a Roberta na página do Instagram @r.froes