Com a decisão, a categoria não deverá iniciar o próximo semestre no dia 2 de janeiro de 2024
Na manhã de segunda-feira (4) as e os docentes da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) se reuniram virtualmente em Assembleia Geral e aprovaram greve geral da categoria. Mais de 200 professores e professoras dos campi de Teresina, Campo Maior, Piripiri, Parnaíba, Floriano, Oeiras, Uruçuí, Picos, São Raimundo Nonato, Bom Jesus e Corrente participaram da assembleia e deliberaram pelo não retorno às atividades docentes no dia 02 de janeiro de 2024.
A decisão veio após o governo do estado encaminhar um projeto de lei (PL 09/2023), à Assembleia Legislativa do Piauí, que altera o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração da categoria docente, ampliando a carga horária em sala de aula e desrespeitando o princípio constitucional da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. “Não houve diálogo com a categoria docente, não houve respeito à autonomia universitária. Esse projeto é um grande desrespeito à nossa classe e é um ataque à educação pública, de qualidade”, afirma Lucineide Barros, coordenadora-geral da Associação de Docentes da Uespi (Adcesp – Ssind).
Soma-se a isso a defasagem salarial da categoria que, em 2023, ultrapassou o percentual de 68%. “Esses são os dois principais pontos de pauta aprovados pela categoria e que serão postos nas mesas de negociação. A palavra agora está com o governador Rafael Fonteles, já que foram suas decisões que levaram a categoria a decidir pela greve”, afirma Lucineide.
Resultado
A mobilização da categoria docente já surtiu efeitos e chamou a atenção do governo para as reivindicações dos professores e das professoras da Uespi. Na manhã de quarta-feira (6), representantes da categoria reuniram-se com a secretária das Relações Sociais do Piauí, Núbia Lopes, para tratar das negociações em torno da greve. Nessa reunião foi comunicado que o governador receberia representantes da categoria, no dia 7 de dezembro.
Na audiência da quinta-feira (7) não houve avanço em relação à reposição das perdas. O governador informou que haverá reajuste somente em fevereiro de 2024, em percentual equivalente ao da inflação e não aceitou discutir as perdas acumuladas ao longo dos 10 anos passados.
No tocante ao PL 09/2023, o governador se comprometeu em retirá-lo de pauta, informando que irá encaminhar a discussão às instâncias colegiadas da Universidade, conforme reivindicação da categoria, se mantendo na posição de cobrar uma carga horária maior em sala de aula.
A Adcesp SSind considera que houve um passo importante, o que indica a necessidade de manter a mobilização para assegurar, na prática, a autonomia da universidade, a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e a reposição das perdas salariais.
Fonte: Adcesp SSind. com edição do ANDES-SN
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