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Sob forte aparato policial, Ufsm aprova retorno do vestibular e do processo seletivo seriado


O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade Federal de Santa Maria (Ufsm) aprovou por 32 votos favoráveis e 23 contrários, nessa quarta-feira (5), o retorno do vestibular e do processo seletivo seriado (PSS) na instituição.


Agentes da Polícia Federal e da Brigada Militar, posicionados do lado de fora do prédio onde acontecia a reunião, impediam a entrada de estudantes, docentes e servidoras e servidores técnico-administrativos, que defendiam o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) como método mais democrático de ingresso na universidade.


Entoando gritos de ordem, as e os manifestantes denunciaram a postura autoritária da Reitoria em não ouvir a comunidade acadêmica, interna e externa, a respeito do tema. Para desmobilizar o protesto, horas antes da reunião, conselheiras e conselheiros do Cepe receberam um e-mail da Secretaria dos Conselhos informando a alteração do local do encontro, que ocorreu no auditório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).


Com a decisão aprovada na reunião, a Ufsm deixa de ter seu ingresso mediado integralmente via Sisu e volta a adotar, já em julho deste ano, o vestibular. A mudança ocorrerá de forma gradual ao longo dos próximos anos com o objetivo de chegar, em 2026, com 40% do ingresso via PSS (antigo Peies), 30% via vestibular e 30% via Sisu.

Para Ascísio Pereira, presidente da Seção Sindical dos Docentes da Ufsm (Sedufsm), a reunião do Cepe foi marcada por tristeza e indignação. “A democracia e a autonomia universitária foram rasgadas na universidade. A gestão da Ufsm utilizou a repressão para defender o real interesse deles, que é o interesse do empresariado de Santa Maria”, disse. E questionou: “Onde o vestibular e o Peies resolvem a evasão? Essa questão não está respondida. Assim como a universidade não respondeu efetivamente até agora porque está fazendo esse processo”, afirmou.


O presidente da Sedufsm SSind. ressaltou, ainda, que a mobilização em defesa da universidade pública, socialmente referenciada, de qualidade e democrática deve seguir. “Essa gestão é interventora. Nós chegamos à conclusão de que votamos para não termos interventor, mas o reitor é o interventor eleito. Ele está com Bibo Nunes, com Hamilton Mourão, com a extrema-direita nesse momento, em especial, em que a essência é a universidade recuperar sua matriz orçamentária e aí sim ter verba para manter os estudantes de baixa renda aqui dentro. Essa é a gestão que vai entrar para a história por ter colocado a Brigada Militar e a Polícia Federal aqui dentro para reprimir estudantes, docentes, técnico-administrativos e a comunidade. É a gestão do pensamento único e do pensamento do empresariado reacionário de Santa Maria”, concluiu Pereira.


Fonte: ANDES-SN * Com informações e fotos da Sedufsm SSind.

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