A luta sindical docente via ADUFOP e o alinhamento com as lutas sociais no contexto da mineração
- ADUFOP
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Vivemos em um território que porta as marcas históricas da colonização, dizimação dos povos originários e escravização do povo negro. Marcas estas que se constituíram há séculos no bojo das atividades da mineração a partir de uma relação subordinada com as metrópoles europeias. O tempo presente ainda porta essas sangrentas marcas, e recebe outras, próprias das relações de exploração e destruição ambiental que estruturam o capitalismo monopolista neste início de século XXI.
Reconhecer estes dilemas e se colocar nas trincheiras das lutas sindicais, sociais, ambientais e coletivas para o enfrentamento e superação deste cenário violento em que vivemos é tarefa urgente, e a ADUFOP assume essa premissa em sua atuação cotidiana em defesa da educação e da universidade pública, dos direitos da categoria docente e na defesa das comunidades e territórios em que se insere.
Para tanto, é preciso refletirmos sobre o que significa o marco dos 10 anos do rompimento/crime da barragem de Fundão. O que significa Mariana-MG ser o território em que aconteceu o maior crime socioambiental do país. O que significa a destruição dos modos de vida tradicionais de uma grande parcela da população mineira que luta todos os dias, desde o dia 05 de novembro de 2015, para serem reconhecidas como comunidades atingidas e acessarem a reparação daquilo que lhes foi tirado abrupta e violentamente desde então.
Nesse sentido, a luta sindical docente na UFOP, universidade pública que está inserida nesta região marcada a sangue, violências e rejeitos tóxicos da mineração, perpassa pela reivindicação de orçamento público para o desenvolvimento adequado e enraizado no território dos âmbitos do ensino, pesquisa e extensão. Perpassa pela reivindicação de conhecimento crítico, alinhado com os legítimos interesses das pessoas e comunidades atingidas, e não com os interesses do capital, neste caso, das mineradoras causadoras dos rompimentos/crimes.
Sabemos que muitas ações extensionistas, projetos de pesquisa, atividades de campo já são realizadas por nós docentes em nosso cotidiano de trabalho, mas permanece o desafio de, cada vez mais, ampliarmos este alcance e alinharmos nossa atuação docente via luta sindical junto às comunidades, pessoas atingidas e lideranças sociais. É essa perspectiva de educação e de universidade popular que a ADUFOP se linha, assume e constrói.
Que este dia 05 de novembro de 2025, dia de luto e de luta, potencialize nossas articulações e resistências coletivas! A ADUFOP permanece à disposição das comunidades, pessoas e territórios atingidos.
Diretoria ADUFOP, Biênio 2025-2027.





