ADUFOP planeja atividades para marcar os 10 anos do rompimento/crime da barragem de Fundão

A Diretoria da ADUFOP realizou, na última terça-feira (19), na sede da entidade, uma reunião para construção de atividades em torno do marco dos 10 anos do rompimento/crime da Barragem de Fundão. 

Participaram cerca de 20 pessoas, entre eles docentes de diversos departamentos da UFOP, uma técnica-administrativa e duas professoras de uma escola pública da cidade de Diogo de Vasconcelos.

A presidenta da ADUFOP, Kathiuça Bertollo, destacou que essa atividade expressa o compromisso classista assumido pela atual diretoria, seja no programa de gestão apresentado em época eleitoral, seja no seu cotidiano de atuação, o que reforça a trajetória histórica da entidade de aproximação às lutas sociais na região. 

“Demarca-se o compromisso de continuar uma atuação articulada aos sujeitos coletivos da região, como os movimentos que pautam a luta pela terra, a agroecologia, a agricultura familiar, por um novo modelo de mineração, dentre outros. [...] Assume-se, portanto, a continuidade da construção conjunta [...] via Frente Mineira de Luta das e dos Atingidas/os pela Mineração (FLAMa-MG), no sentido de enfrentar as violências cotidianas impostas pela mineração sobre os territórios, bem como de incentivar a produção do conhecimento crítico, alinhado e construído a partir das comunidades atingidas”.

Ressaltou também a participação da ADUFOP na FLAMa-MG e sua atuação coletiva. A frente reúne diversas entidades como sindicatos, movimentos sociais, movimento estudantil, além de atingidos/as pela mineração de diversos municípios de Minas. 

Durante a reunião, os participantes compartilharam informações sobre suas pesquisas, projetos extensionistas e demais iniciativas desenvolvidas e que possuem como temática o enfrentamento aos impactos gerados pelo atual modelo de mineração sobre as comunidades, territórios e pessoas atingidas, o que corrobora o assumido pela atual diretoria, isto é: “Neste ano de 2025 se completa o doloroso marco dos 10 anos da ocorrência do maior crime socioambiental do país em Mariana-MG, e a ADUFOP se coloca e se colocará nas trincheiras das lutas por um novo modelo de mineração, especialmente contribuindo na realização do 7º Encontro Regional por um Novo Modelo de Mineração e da 7ª Jornada Universitária de Debates na Mineração, eventos político-sindicais-sociais, teóricos-organizativos que já possuem uma trajetória de enraizamento na UFOP, no território e nos movimentos sociais da região e em âmbito nacional, bem como na realização de Fóruns e demais espaços que contribuam na articulação cada vez mais enraizada do pensamento crítico docente com as comunidades atingidas pela mineração da região”. 

Nesse sentido, como encaminhamento foi proposta a criação de um calendário de atividades unificado e focado nos meses de outubro e novembro, a ser construído em diálogo direto com as comunidades atingidas.

Dentre as propostas foi sinalizado: articular a realização da Jornada Universitária pela Reforma Agrária (JURA) com a programação do 7º Encontro Regional por um Novo Modelo de Mineração e da 7ª Jornada Universitária de Debates na Mineração; realizar um ato na Praça Tiradentes, em Ouro Preto; realizar atividades relativas à temática nos três campus da UFOP; realizar atividades culturais que pautem o contexto da mineração e das lutas sociais; solicitar diálogo com a Comissão Organizadora do Encontro de Saberes da UFOP para que este tenha como temática central o marco dos 10 anos do rompimento/crime da barragem de Fundão, bem como, tenha em sua programação atividades que pautem a questão e sejam abertos a ampla participação dos/as atingidos/as e comunidades. 

Em breve será realizada uma nova reunião para dar continuidade aos encaminhamentos neste momento definidos, bem como explicitar demais propostas a serem construídas. Ressalta-se que o espaço está aberto à construção coletiva.