ANDES-SN manifesta solidariedade a docentes da Unilab denunciados por plantio de árvore

O ANDES-SN divulgou nessa quarta-feira (14), por meio da Circular 212/2025, uma nota de solidariedade a Roberto Kennedy Gomes Franco e Luma Nogueira de Andrade, docentes da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), que foram alvos de uma denúncia anônima encaminhada à Ouvidoria da instituição.

A e o docente foram acusados de "depredação do patrimônio público e descaso ambiental", após liderarem o plantio de um baobá - árvore de grande porte e originária da África - durante uma cerimônia realizada na aula inaugural do curso de Licenciatura Intercultural Indígena, do qual Roberto Kennedy Gomes Franco é coordenador.

Conforme o Sindicato Nacional, o gesto simbólico ocorreu em um pequeno espaço de terra na entrada do campus dos Palmares, interior do Ceará, e contou com a participação de docentes, estudantes e dos caciques Sotero, do Povo Kanindé de Aratuba, e Kauan, do Povo Pitaguary.A diretoria do ANDES-SN classificou a denúncia como uma tentativa de criminalização de uma ação que celebra a vida, a ancestralidade africana e a resistência dos povos indígenas. Apontou ainda o viés racista presente na acusação.

Para a entidade, a acusação reflete o cenário de perseguição a iniciativas que afirmam a diversidade e a luta por justiça social dentro das universidades. “Ao invés de nos depararmos com ações contundentes de denúncia contra o agronegócio, grileiros e desmatadores – que grassam em terras cearenses, baianas e de todo o país –, o alvo das denúncias se direciona aos(às) que brindam a vida, no ontem, hoje e amanhã”, afirmou a nota.

O ANDES-SN defendeu o imediato arquivamento da denúncia, por considerá-la infundada e incompatível com os princípios que devem reger o ambiente universitário. “Certos(as) estamos, e daí externamos nosso repúdio veemente à tentativa de criminalização, que em breve receberemos notícias de seu arquivamento, e que o nome do Campus universitário em que se deu o belo gesto do plantio – Palmares – motive com seus sopros históricos a liberdade, a memória e a emancipação, não ao constrangimento, obscurantismo e perseguição”, concluiu a entidade.

Acesse aqui a nota na íntegra.

Fonte: ANDES-SN