Assembleia Universitária discute situação orçamentária da UFOP

Em resposta ao recente decreto federal que prevê um corte de R$ 2,5 bilhões no orçamento do Ministério da Educação (MEC) para 2025, a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) realizou, na manhã desta quarta-feira (14), uma Assembleia Universitária para discutir os impactos da medida na instituição. A Assembleia foi realizada no Centro de Artes e Convenções da UFOP e reuniu membros da administração central, representantes de entidades de classe, docentes, técnicos e estudantes para analisar a situação financeira.

A mesa de abertura contou com a presença do reitor Luciano Campos, do pró-reitor de Finanças, Thiago Augusto de Oliveira Silva, e do pró-reitor de Planejamento e Administração, Rodrigo Bianchi. Os gestores apresentaram um panorama detalhado das finanças da universidade, expondo a fragilidade orçamentária diante da sistemática de repasses mensais de apenas 1/18 avos (5,5%) até novembro, conforme estabelecido pelo Decreto nº 12.448. Os dados apresentados sinalizam a dificuldade em garantir a continuidade das atividades da universidade.

Posteriormente, juntaram-se à mesa representantes das entidades de base da UFOP: Joana Amaral, presidenta da ADUFOP (Associação dos Docentes da UFOP); Gabriel Souza, presidente do ASSUFOP (Sindicato dos Servidores Técnico-Administrativos em Educação da UFOP); Letícia Bargas, representando o DCE (Diretório Central dos Estudantes); e Heyder Neves, representando a APG (Associação de Pós-Graduandos).

Joana Amaral, presidenta da ADUFOP, enfatizou a relevância da Assembleia Universitária como um espaço democrático crucial para o debate. Ela relembrou o histórico de dificuldades orçamentárias enfrentadas pelas instituições de ensino superior desde 2014, ressaltando que a luta por recursos e recomposição orçamentária é uma constante para as entidades sindicais. "A luta por orçamento, recomposição orçamentária, sempre foi pauta nas nossas entidades. E esse ano não está sendo diferente, assim como no ano passado, quando fizemos uma grande greve, a recomposição orçamentária fez parte de nossas reivindicações enquanto docentes", afirmou.

A presidenta da ADUFOP também apontou o atraso na aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) e a pressão política para o cumprimento do acordo firmado durante a greve de 2024. "Tivemos atraso no recebimento do nosso reajuste, que foi uma das pequenas conquistas que conseguimos com a greve. Mas as outras questões estão todas atrasadas, estamos tendo dificuldades de negociar com os agentes do governo", declarou.

Após as exposições iniciais, a comunidade acadêmica presente foi convidada a participar do debate, expressando suas preocupações e apresentando sugestões para enfrentar os desafios financeiros. O principal objetivo da assembleia foi informar sobre a gravidade da situação orçamentária e fomentar um espaço para debate sobre como lidar com os desafios financeiros da universidade.

Para aqueles que não puderam comparecer, a gravação completa da Assembleia Universitária está disponível no Youtube através do seguinte link: https://www.youtube.com/watch?v=6Ei1aETCd2I