Delegação da ADUFOP participa do II Encontro Nacional do MAM em Fortaleza (CE)
- ADUFOP
- 29 de ago.
- 3 min de leitura
O Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) realizou, entre os dias 24 e 28 de agosto, seu II Encontro Nacional em Fortaleza (CE). O evento reuniu cerca de duas mil pessoas, incluindo militantes, organizações e movimentos sociais de diversas regiões do Brasil, para debater os impactos da mineração no país e alternativas diante desse contexto. A delegação da ADUFOP foi composta pelas professoras Kathiuça Bertollo, Karina Carneiro, Tatiana Ribeiro, Ana Paula Assis, Clarissa Rodrigues, Adivane Terezinha Costa, Cristina Maia e Lia Mendonça. A entidade também contribuiu para a ida de uma caravana que saiu da região para o encontro.

Com o lema “Lutar pelo Território, Controlar o Subsolo”, o movimento discutiu os dilemas impostos pelo atual modelo mineral brasileiro que tem provocado distúrbios na economia, na natureza, no consumo e nas dinâmicas trabalhistas no Brasil e no mundo.
O Encontro também sediou a Feira Cultural da Agrobiodiversidade do MAM, organizada pelo Coletivo de Produção do movimento. A feira tem como objetivo valorizar os potenciais dos territórios em suas várias expressões, como a agricultura familiar, a agroindústria, a arte e a cultura popular. Indígenas, comunidades tradicionais, assentados da Reforma Agrária e pescadores uniram-se na feira em defesa de seus modos de vida e por Territórios Livres de Mineração.
Além dos debates sobre o tema central, a organização do Encontro também apresentou propostas frente aos modelos de transição energética que acentuam a espoliação mineral sem resolver as crises climáticas que assolam o mundo.
Kathiuça Bertollo, presidenta da ADUFOP, enfatiza a importância da articulação da ADUFOP com os movimentos sociais. Também, o fato de a categoria ter aderido ao chamado de participação neste importante Encontro que pautou um tema que é central na região de atuação da entidade, considerando que em Mariana aconteceu o maior crime socioambiental do país.
Enfatiza ainda, que o X Encontro de pesquisadores/as e professores/as que fez parte da programação geral do evento “serviu para fortalecer as atividades cotidianas de enfrentamento ao atual modelo de mineração e nos deu mais ânimo ainda para desenvolver a 7a. edição do Encontro Regional por um Novo Modelo de Mineração e a 7a. Jornada Universitária de Debates na Mineração, eventos historicamente realizados pela FLAMA”.
A professora Tatiana Ribeiro, Conselheira Representante da ADUFOP, enfatiza que: “Para mim, um dos principais destaques do II Encontro Nacional do MAM foi a presença de militantes e pesquisadores de todas as regiões brasileiras, o que tornou os debates muito ricos e qualificados. Além disso, a organização do evento foi perspicaz ao incluir na programação o debate sobre os temas da mineração que estão na ordem do dia, como transição energética, minerais críticos e terras raras. Entender o que está em jogo nessas temáticas possibilita pensar e construir um novo modelo de mineração, com soberania popular, que é um dos objetivos do movimento”.
A professora Adivane Terezinha Costa, também Conselheira Representante da ADUFOP, considera que “O II Encontro Nacional do MAM, o qual participei pela primeira vez, graças ao apoio da ADUFOP, foi excelente e de grande importância para a compreensão da geopolítica e geoeconomia nacional e internacional que vem batizando a expansão da mineração no Brasil e os conflitos socioambientais decorrentes. Considero um espaço de intercâmbio de saberes onde pesquisadores, ativistas, comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas se fortalecem para enfrentamento dos efeitos predatórios da mineração e encaminhamento de ações em busca de um novo modelo de mineração”.
Nesse contexto organizativo, a ADUFOP informa que está organizando uma série de atividades que terão início em outubro e se estenderão até meados de novembro para abordar os 10 anos do rompimento/crime da barragem de Fundão. Em breve, essas atividades serão divulgadas.
Com informações do MAM.







