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Docentes e estudantes da UFOP visitam o Memorial de Direitos Humanos em Belo Horizonte

  • ADUFOP
  • 27 de out.
  • 3 min de leitura

Docentes e estudantes da UFOP foram a Belo Horizonte no último sábado (25), visitar o Memorial de Direitos Humanos (antigo DOPS), ocupado por movimentos sociais desde 1º de abril deste ano. A iniciativa, organizada pela ADUFOP e pelo DCE, mobilizou um público de cerca de 50 pessoas. 


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Durante a visita mediada, Pablo Machado e Bizoca Greco, integrantes da Comissão Independente do Memorial Ocupado, apresentaram um resgate histórico sobre o edifício e a ditadura militar em Minas Gerais. O prédio, projetado por Hélio Ferreira Pinto, considerado pelos movimentos sociais como o arquiteto da repressão, foi sede do DOPS e do DOI-Codi, o que o tornou um centro de detenções ilegais, tortura e desaparecimento forçado de militantes que lutavam contra a ditadura. O local já é tombado pelo município e pelo estado, e atualmente está em processo de tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).


O Memorial de Direitos Humanos deveria ter sido inaugurado em abril de 2018, com um projeto lançado pelo ex-governador Fernando Pimentel (PT). No entanto, este espaço permaneceu fechado até ser ocupado por movimentos sociais e partidos políticos em 1º de abril de 2025. A ocupação é um chamado à luta a todos que defendem uma sociedade justa, democrática e livre de qualquer sombra autoritária.


Na visitação mediada o público é guiado pelos quatro andares do prédio e conhece os locais de repressão e tortura, como a sala de cortiça, a igrejinha, a sala do poço e as celas carcerárias, além dos relatos associados a cada um desses espaços. Além da visita, houve uma conversa com o militante José Francisco Neres, importante liderança sindical que foi preso e torturado no período da ditadura, e apresentação do livro que conta a sua trajetória de luta “Neres! Da luta contra a ditadura à reconstrução do PCB” organizado pela historiadora Paloma Silva e pelo historiador Pablo Lima, homenageando o militante histórico.

 

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A ADUFOP já  realizou duas  contribuições financeiras para a manutenção do espaço e da ocupação. Para Kathiuça Bertollo, presidenta da entidade, “esse apoio é fundamental para a continuidade da ocupação, da resistência que é coletiva e acontece de forma articulada via movimentos sociais”. A presidente da ADUFOP também ressalta que “é necessário dar continuidade ao resgate das lutas travadas na UFOP e região no período ditatorial, tornar os fatos mais conhecidos e reivindicar memória,  verdade e justiça, uma vez que é sabido da força repressiva que se impôs na região”. 


A articulação da ADUFOP com o DCE para a construção dessa atividade, é resultado do compromisso assumido no Programa Político-Sindical da Gestão 2025-2027, no qual a diretoria assumiu “fomentar debates e ações em torno de temas como Anistia e Impunidade, e desencadear mobilizações e enfrentamentos à extrema direita, ao golpismo, aos ataques às liberdades democráticas e aos direitos humanos, que no tempo presente, cercado pela onda fascista que insiste em se fazer presente na história da humanidade, tem nos trazido recuos históricos diante de processos que objetivam passar a história a limpo e elucidar o que realmente aconteceu com nossas/os companheiras/os que se colocaram em luta.”


O antigo prédio do DOPS, um dos principais símbolos da repressão e tortura, agora está aberto para visitação pública. Ajude o Memorial via PIX 46902635000185 (Luiz HFR) e/ou com a doação de alimentos e itens de higiene e limpeza no local: Av. Afonso Pena, 2351. Mais informações podem ser acessadas via instagram: @ocupeomemorial


A luta pela memória é coletiva, para que nunca se esqueça, para que nunca mais aconteça! Por verdade, justiça e reparação! Ditadura nunca mais!


 
 
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