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Presidenta da ADUFOP participa de debate no XV Encontro Nacional da História da Mídia realizado no ICSA 

  • ADUFOP
  • há 2 dias
  • 2 min de leitura

A professora Kathiuça Bertollo, presidenta da ADUFOP,  participou, na última quinta-feira (28), do debate “Comunicação, território e extrativismo: uma década de acontecimentos-limite em Minas Gerais” no XV Encontro Nacional da História da Mídia, no ICSA, em Mariana. A diretora da ADUFOP abordou diversos temas, dentre eles a impunidade e a alta lucratividade das mineradoras, o impacto dos rompimentos de barragens na vida dos/as atingidos/as, além do marco dos 10 anos do rompimento/crime da Barragem de Fundão.  


A mesa contou também com a participação da professora Karina Gomes Barbosa (UFOP) e mediação de Ranielle Leal Moura (UFPI/ALCAR).


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Kathiuça Bertollo contextualizou o marco dos 10 anos do rompimento/crime da barragem de Fundão (2015), em Mariana, e o crime em Brumadinho (2019). “As mineradoras trabalham com uma estimativa que prevê essas situações extremas, pois o atual modelo de mineração que objetiva apenas o lucro é pautado nessas projeções, pouco importando a destruição ambiental e as mortes que causam. De forma objetiva, é possível dizer que sabem da possibilidade de rompimentos/crimes acontecerem. Para eles, nossas vidas pouco importam. A reparação é morosa e tem baixo custo. Nesse contexto, para eles, o crime compensa”. A presidenta da ADUFOP destacou que a Fundação Renova, criada para gerir as reparações, nunca teve uma participação efetiva dos atingidos e com o Novo Acordo de Reparação, firmado em 2024, foi extinta sem uma maior fiscalização e prestação de contas desse período que existiu.


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Também abordou as consequências da mineração para as comunidades, como a precarização das condições de trabalho, o aumento do fluxo de veículos pesados em Mariana, a especulação imobiliária, a falta de políticas de habitação, saúde e assistência social, e o adoecimento físico e mental dos atingidos enquanto uma resultante dos rompimentos/crimes das barragens de rejeitos da mineração.


A professora Karina Gomes Barbosa (UFOP) criticou o “abismo entre a teoria do jornalismo e a prática”. Segundo ela, a mídia hegemônica dá voz às mineradoras enquanto as comunidades, os movimentos sociais e os/as pesquisadores/as são silenciados/as. “A cobertura é feita através do que a Vale, as mineradoras, dizem”, afirmou Karina.


Ressaltou que as vozes das e dos atingidos não conseguem atingir as esferas públicas. A professora também questionou a cobertura da mídia hegemônica em relação aos rompimentos, que se limita aos marcos temporais, como a data do rompimento, esquecendo o que aconteceu fora desses períodos.


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O evento foi organizado pela Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (ALCAR), pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFOP (PPGCom) e pelo Grupo de Pesquisa Convergência e Jornalismo da UFOP (CONJOR). A diretoria da ADUFOP se coloca à disposição para participar de demais espaços acadêmicos que pautem as questões, os dilemas, as lutas sociais e resistências coletivas em nossa região, uma vez que este contexto incide diretamente sobre a atuação da categoria docente na UFOP.


 
 
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