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Regulação da IA e das corporações digitais, desinformação, arte e comunicação sindical foram debatidos em evento do ANDES-SN

  • ADUFOP
  • 12 de nov.
  • 5 min de leitura

Direito à Comunicação, desinformação, novas tecnologias de informação, dependência das plataformas digitais, o papel da arte e cultura como ferramentas de luta foram alguns dos temas abordados no VIII Encontro Nacional de Comunicação e Arte do ANDES-SN, realizado de 6 a 9 de novembro, em Niterói (RJ). A atividade refletiu sobre os desafios para a comunicação sindical e ocorreu simultânea ao III Festival de Cultura e Arte do Sindicato Nacional, na Universidade Federal Fluminense (UFF), sob organização da Associação de Docentes da UFF (Aduff Seção Sindical).


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Durante os três dias de evento, os painéis trouxeram ricos e aprofundados debates sobre temas urgentes na pauta da comunicação e como todas as demais lutas e pautas se encontram no direito à comunicação, uma vez que a ausência de uma comunicação plural, diversa, acessível, livre dos oligopólios favorece os discursos hegemônicos que vilipendiam os demais direitos da classe trabalhadora.


Na sexta-feira (7), as e os mais de 50 participantes, entre jornalistas e docentes das mais diversas seções sindicais, acompanharam a mesa “Redes Sociais, desinformação e comunicação sindical”. Já no segundo dia (8), foram temas “Arte, formação crítica e construção das nossas lutas” e “A urgência da regulação das big techs e a luta pelo direito à comunicação”. No último dia (9), o encontro foi encerrado com um debate sobre “Inteligência Artificial, plataformização e mundo do trabalho”. 


“Toda a programação desse evento foi feita com profunda conexão com o movimento social da área de comunicação. A perspectiva classista impõe que o nosso sindicato construa cada vez mais lutas em conexão com movimentos sociais, que têm tanta amplitude e tanta centralidade”, observou Diego Marques, encarregado de Imprensa e Divulgação do ANDES-SN. 


O diretor do Sindicato Nacional lembrou que o Sindicato Nacional voltou a construir organicamente o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e convidou as seções sindicais a participarem desse espaço. “O FNDC tem atuação nos estados, tem organização estadual, e é muito importante que as nossas seções sindicais possam se engajar no Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação em todos os estados e participar cada vez mais desse debate”, reforçou.


Diego ressaltou que todas as pautas da categoria docente vão demandar uma disputa de hegemonia e de consciência na sociedade, na qual a luta pelo direito à comunicação, pela democratização da comunicação é muito central. “Essa não é uma pauta que pode continuar sendo secundarizada no nosso sindicato, e por isso fica esse convite da coordenação para a categoria se integrar cada vez mais nessa luta”, afirmou.


III Festival de Cultura e Arte do Sindicato Nacional

Todas as atividades foram intercaladas por apresentações artísticas que compuseram a programação do III Festival de Cultura e Arte do Sindicato Nacional. “Nós tivemos muitos debates interessantes. Acho que no próximo período, nós vamos avançar muito também em algo que é uma demanda, que é a reflexão sobre o lugar da arte nas nossas lutas sindicais”, acrescentou Marques. 


Além das apresentações de samba, com a roda de samba “Terreiro da Vovó”, charme, com o grupo “André Stheel”, as e os participantes puderam assistir e participar de uma batalha de rimas de hip hop com o grupo “Batalha da UFF” (Buff). 


O grupo de teatro “Laboratório Brecht” apresentou cenas da peça “Ambientes de negócio”, ainda em construção, e trouxe, às e aos presentes, uma reflexão sobre os impactos na mineração predatória no meio ambiente e os dez anos do crime da Vale em Mariana (MG). 


Também foram exibidos o curta “A multicampia nas universidades amazônicas”, produzido pela Associação de Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua Seção Sindical), e o primeiro episódio da série “Folha Corrida”, que aborda a colaboração operacional e material do grupo Folha à repressão, durante a ditadura militar-empresarial. Segundo a docente da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Flora Daemon, uma das pesquisadoras responsável pela série documental, o material serviu de base para que o Ministério Público Federal abrisse um inquérito contra o grupo Folha. 


O festival teve ainda a exposição “Arte urbana e imaginário público - o espanto estético mexicano”, da professora Ceane Simões, da Universidade Estadual do Amazonas, com quadros compostos através da técnica de fotografia térmica e colagem. O encerramento do VIII Encontro de Comunicação e Arte e do III Festival de Cultura e Arte se deu com apresentação do grupo Capoeira Brasil, do Mestre Paulinho Sabiá.


Angélica Miranda, vice-presidenta da Associação de Professores da Universidade Federal do Rio Grande (Aprofurg Seção Sindical do ANDES-SN) destacou a importância do debate sobre a arte, reforçando-a como um instrumento de luta contra-hegemônica. “Para a sociedade, a arte é mostrada como entretenimento, na verdade a história a consolida como uma ferramenta de luta política, como forma de comunicação que fortalece as disputas ideológicas. É possível afirmar que a arte e a política entrelaçam-se no contexto sindical, onde a arte fortalece a comunicação e a mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras”, refletiu a docente.


Para ela, a arte permite que ideias e reivindicações ganhem forma visual, ampliando o alcance das mensagens que chegam na sociedade, bem como aos sindicalizados e às sindicalizadas. “A arte como instrumento de luta, promove a união e denuncia as injustiças e opressões, torna-se assim, um instrumento para fortalecer lutas e conquistas coletivas”, afirmou.


Oficinas

Além das atividades artísticas e dos painéis de debates, as e os docentes e profissionais de comunicação se dividiram e participaram em duas das quatro oficinas oferecidas no evento. Técnicas de vídeo, da concepção à edição, produção de vídeo documentário, audiodescrição para as redes sociais e teatro do oprimido garantiram também, a possibilidade momentos de aprendizagem e troca entre as e os participantes. 


Sabrina de Ramos, que atua como analista de mídias na Associação de Professores da Universidade Federal do Paraná (Apufpr Seção Sindical), avaliou a experiência como bastante produtiva. “As contribuições dos painéis e oficinas desempenham um papel formativo para nós, profissionais da comunicação. Participei das oficinas de vídeo e audiodescrição para redes, que serão muito bem aproveitadas para aprimorar os nossos meios de comunicação na Apufpr SSind.”, disse. 


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A jornalista ressaltou ainda a importância da convivência com profissionais de outras seções sindicais e do Sindicato Nacional. “O encontro foi uma ótima oportunidade para criar vínculos e trocas com jornalistas das outras associações docentes. Foi muito bom ouvir os colegas da área e descobrir como produzem em cada seção. Isso tudo é bem importante para o fortalecimento e unidade da equipe e da comunicação da entidade sindical”, concluiu.


O Encarregado de Imprensa e Divulgação do ANDES-SN também reforçou que a riqueza e relevância das atividades, que, além de importantes reflexões, trouxeram tarefas para a entidade no próximo período. “Foram três dias de muito afeto, muitas trocas e debates importantíssimos. Tivemos a oportunidade, por exemplo, de acumular sobre algumas das tarefas mais cruciais do nosso tempo. Pensamos sobre a necessidade urgente de regular as grandes corporações digitais, sobre os desafios colocados pela emergência da inteligência artificial, inclusive no que se refere ao avanço da plataformização da educação e as complexidades da incorporação da inteligência artificial nas salas de aula”, avaliou.


“Pudemos também ter um debate riquíssimo sobre o lugar da arte e da cultura, não apenas no nosso sindicato, mas também nas nossas universidades e no conjunto da sociedade. Saímos desse encontro fortalecidos e fortalecidas, com a certeza de que a comunicação e a arte desempenham um papel fundamental nas lutas do nosso sindicato e do conjunto da classe trabalhadora”, concluiu.


Fonte: ANDES-SN

 
 
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