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Assembleia Geral ADUFOP discute corte de terceirizados/as e controle de frequĂȘncia dos/as docentes atrelado ao auxĂ­lio transporte

  • ADUFOP
  • hĂĄ 1 dia
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A Assembleia Geral ADUFOP realizada ontem (15 de julho) em sua sede, com transmissĂŁo para o Instituto de CiĂȘncias Exatas e Aplicadas (ICEA), em JoĂŁo Monlevade, discutiu sobre o cenĂĄrio que tem causado crescente preocupação com as questĂ”es cotidianas na UFOP e sobre o futuro a universidade pĂșblica. Na abertura da Assembleia foram repassados informes, dentre os quais: A realização de evento que demarca o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha e ao Dia Nacional de Tereza de Benguela, que serĂĄ realizado no dia 01 de agosto, no ICSA; a realização de um minicurso sobre a Teoria Marxista da DependĂȘncia, no dia 14 de agosto, na sede da ADUFOP, e evento de lançamento do livro “Ruy Mauro Marini - DependĂȘncia e revolução na AmĂ©rica Latina: textos selecionados (1972-1994)” que acontecerĂĄ em 15 de agosto, no ICSA, e contarĂĄ com a presença dos organizadores da obra; a adesĂŁo da ADUFOP ao “Plebiscito Popular - Por um paĂ­s mais justo”, em que serĂŁo distribuĂ­dos cartazes com QRCode para a votação, nos espaços da UFOP e em demais locais das cidades de abrangĂȘncia da UFOP (vote aqui).



Em seguida, foi realizada uma anĂĄlise de conjuntura, debatido acerca do pagamento do auxĂ­lio transporte que na UFOP estĂĄ atrelado a uma explĂ­cita forma de controle de frequĂȘncia docente, e sobre  a expressiva demissĂŁo dos terceirizados que estĂĄ inviabilizando o funcionamento de diversos espaços da UFOP.


Kathiuça Bertollo, presidenta da ADUFOP, iniciou a Assembleia destacando a participação da delegação da entidade no 68Âș Conad do ANDES-SN, que ocorreu na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) entre os dias 11 e 13 de julho. O evento teve como tema central  “Unificar as lutas anticapitalistas: contra o colapso socioambiental, em defesa da vida e da educação pĂșblica”. Destacou a aprovação da resolução que estabelece  “Que o ANDES-SN intensifique o apoio polĂ­tico, financeiro, jurĂ­dicos e estrutural Ă  luta em defesa da UEMG contra os projetos de lei (3.733/2025 e 3.738/2025) do Governo Zema (NOVO) que visam Ă  destruição da Universidade” e reforçou que  a ADUFOP prosseguirĂĄ apoiando a luta que vem sendo travada pela ADUEMG, DCE e organização dos TAE’s dessa importante universidade mineira.


Kathiuça apresentou uma anĂĄlise da conjuntura, abrindo espaço para debate entre os/as docentes. Foram abordados temas como o programa de refugiados palestinos, em que a UFOP receberĂĄ um estudante; alĂ©m de um panorama do contexto polĂ­tico estadual, nacional e internacional. Neste contexto, ressaltou o apoio Ă  Palestina contra o genocĂ­dio promovido em Gaza, destacou que estĂĄ em trĂąmite o pedido da Procuradoria Geral da RepĂșblica (PGR) pela condenação de Bolsonaro, denunciou acerca da tentativa de militarização de escolas em Minas Gerais e os ataques aos serviços pĂșblicos no estado, como a proposta de privatização da UEMG (saiba mais aqui) da Copasa e Cemig.


TambĂ©m ressaltou o impacto do arcabouço fiscal (Reforma Administrativa), que busca desvincular a saĂșde e a educação do piso constitucional, impondo limites de recursos e que afetarĂĄ diretamente todo o funcionalismo pĂșblico em caso de aprovação. Por isso, ressaltou a importĂąncia de a categoria docente estar atenta Ă s lutas a serem desencadeadas em torno dessa pauta.


A questĂŁo do controle de frequĂȘncia dos/as docentes da UFOP, por meio das modificaçÔes na Instrução Normativa 71/2025 que versa sobre o auxĂ­lio transporte, foi duramente criticada pela Diretoria. A medida Ă© considerada autoritĂĄria e um risco Ă  autonomia universitĂĄria, alĂ©m de criar um banco de dados que pode ser usado contra os/as professores/as e a prĂłpria UFOP.


Guido de Mattos, assessor jurĂ­dico da ADUFOP, esclareceu que, por meio de decreto, desde 1987, corroborado por leis posteriores como o Decreto 1.590/95, os/as docentes do magistĂ©rio superior sĂŁo dispensados/as do controle de frequĂȘncia. Diante disso, como forma de enfrentar a questĂŁo, a ADUFOP ingressarĂĄ com uma ação coletiva na justiça para anular o procedimento adotado pela PROGEP-UFOP que criou uma forma de controlar a frequĂȘncia docente atrelada ao pagamento do auxĂ­lio transporte. TambĂ©m, serĂĄ enviado um novo ofĂ­cio Ă  reitoria cobrando respostas ao ofĂ­cio 007/2025 que atĂ© o momento nĂŁo foi respondido pela instĂąncia mĂĄxima da gestĂŁo da UFOP, onde se sinalizarĂĄ, mais uma vez, a gravidade do nĂŁo pagamento de direitos jĂĄ conquistados. As propostas de encaminhamento foram aprovadas por unanimidade.


Outro ponto discutido, foi a demissĂŁo de pessoal terceirizado na UFOP e seus impactos negativos a ponto de inviabilizar o funcionamento de setores, como o Departamento de Artes CĂȘnicas (DEART), que foi um dos mais afetados. Conforme relatou o professor Ernesto Valença, chefe do DEART, o departamento divulgou uma nota e realizou uma manifestação em frente Ă  Reitoria da UFOP no dia 9 de julho. Diversos outros/as professores/as informaram sobre o impacto negativo que as demissĂ”es estĂŁo ocasionando em seus respectivos departamentos, institutos e em demais setores da universidade, a exemplo do Sistema de Informação e Bibliotecas (SISBIM) e da  Coordenadoria de Acessibilidade e InclusĂŁo (CAIN). 


A Diretoria da ADUFOP reiterou seu compromisso de apoio Ă  aos/Ă s trabalhadores/as terceirizados/as e ressaltou a necessidade e a importĂąncia de uma ampla articulação polĂ­tica da comunidade acadĂȘmica da UFOP  para o enfrentamento da questĂŁo,  alĂ©m de disponibilizar a Assessoria JurĂ­dica da entidade Ă queles/as que foram demitidos/as e precisam de orientação para acessar seus direitos trabalhistas. Em relação a esse ponto da pauta, os encaminhamentos aprovados foram: 1- Oficiar a reitoria cobrando uma posição em relação Ă s graves situaçÔes relatadas pelos/as presentes na assembleia e que tem incidido de modo negativo sobre as atividades dos/as docentes, bem como, acerca do panorama de inserção dos/as terceirizados/as em novos postos de trabalho - questĂŁo esta, que foi utilizada pela gestĂŁo da UFOP como uma das justificativas para as demissĂ”es. TambĂ©m, indagar acerca da posição que o magnĂ­fico reitor da UFOP tem assumido na ANDIFES, acerca do contingenciamento orçamentĂĄrio que atinge a educação e as universidades; 2- Solicitar, via e-mail, aos diretores/as dos Institutos e Escolas da UFOP, bem como a todos/as docentes, informaçÔes acerca das particularidades dos impactos das demissĂ”es desses/as funcionĂĄrios/as no cotidiano de funcionamento dos espaços; 3- Disponibilização da Assessoria JurĂ­dica da entidade para apoio aos/Ă s demitidos/as; 4- Identificar a mobilização e a organização polĂ­tica da categoria docente em torno da pauta das demissĂ”es, a fim de reverter o quadro e garantir o adequado funcionamento da UFOP. 


Para Kathiuça Bertollo, “essa assembleia explicitou a força da categoria quando ela se organiza. Foi mais um passo nas lutas diĂĄrias contra os incessantes ataques e entraves que os/as docentes vivenciam na UFOP em relação Ă  sua atuação no ensino, na pesquisa e na extensĂŁo e aos seus direitos trabalhistas, a exemplo da tentativa explĂ­cita de controle de frequĂȘncia via atrelamento ao direito do auxĂ­lio transporte, que nĂŁo podemos aceitar que seja imposto na UFOP pela atual gestĂŁo”. 



 
 
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